O chefe de Estado e chefe do Governo foram esta terça-feira à base do Alfeite para a inauguração de mais 200 camas para ajudar na luta contra a Covid-19.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa expressaram esta terça-feira o seu “orgulho e gratidão” às Forças Armadas portuguesas, pelo papel que têm desempenhado na luta contra a pandemia.

Numa visita à base do Alfeite, que acabou de ser adaptada para disponibilizar mais 200 camas ao Serviço Nacional de Saúde, os líderes sublinharam que esta é uma luta de todos, incluindo dos militares.

“Estamos aqui hoje para mostrar que se trata de um combate de todos. Em total união. O Presidente da República e Chefe Supremo das Forças Armadas, primeiro-ministro, Governo e forças armadas, todos unidos com o mesmo objetivo, e naturalmente nesse objetivo entrando onde entram todas e todos os portugueses”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente expressou o seu orgulho enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas e a sua gratidão para com as mesmas. “Os portugueses sabem que contam com Forças Armadas capazes de prestigiar Portugal lá fora, garantindo a defesa e segurança do nosso país, mas servindo todos os dias, às vezes sem que se saiba, anonimamente, o povo português. Em tempo de crise torna-se mais visível, em tempo de pandemia tem sido extraordinário o papel das Forças Armadas.”

Aproveitando o facto de se encontrar numa base militar, o Presidente recorreu a uma linguagem bélica para descrever o momento que Portugal atravessa. “Estamos, nestas semanas, em semanas que representam batalhas determinantes neste combate. Esta, a próxima, as semanas que se seguem, são determinantes no objetivo de conter e começar a inverter uma tendência, primeiro no número de infetados, depois nos internamentos e nos internamentos em cuidados intensivos.”

“Destas semanas e destas batalhas depende muito todo o combate que prossegue. Faz sentido utilizar esta expressão aqui onde nos encontramos, num meio militar, mas aplica-se a toda a sociedade portuguesa. Aquilo que aqui vimos – em dois dias transformar espaços e criar espaços novos com mais camas, com mais estruturas, para acolher mais doentes; em poucas semanas multiplicar a capacidade de acolhimento – para alem de mostrar o papel das Forças Armadas, constitui um incentivo para cada portuguesa e para cada português”, concluiu.

António Costa também falou, elencando os vários serviços prestados pelos militares durante a pandemia. “As nossas FA tem dado contributos muito importantes, que gostaria aqui de assinalar. A primeira é esta, o Hospital das Forças Armadas, quer no seu polo de Lisboa, quer no polo do Porto, tem-se conseguido transformar para disponibilizar ao país um número significativo de camas, quer de enfermaria geral, quer de cuidados integrados.”

“O ter sido possível reativar o antigo hospital Militar da Ajuda para poder funcionar também como acolhimento de doentes”, acrescentou Costa e ainda “em terceiro lugar, disponibilizar aqui na base do Alfeite um centro de acolhimento que permitiu por exemplo realojar muitos dos chamados doentes sociais, que já tendo alta hospitalar permaneciam no hospital porque não tinham onde residir.”

“Mas também, noutra frente, o apoio que deram em situações dramáticas de evacuação de lares, o trabalho de formação que têm feito a profissionais de lares, o trabalho que têm feito no planeamento, designadamente do plano de vacinação.”

“E finalmente”, conclui Costa, “numa outra valência essencial para identificarmos as cadeias de transmissão que tem sido o trabalho de rastreamento, onde a colaboração das Forças Armadas tem sido absolutamente essencial.”

Portugal registou esta terça-feira 291 mortes relacionadas com a Covid-19, o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia, e 10.765 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Fonte: Jornal RR Renascença